Semana passada, em meio à votação
do impeachment, uma outra notícia sacudiu as redes sociais e gerou memes hilários
pela rede. Criatividade à parte, a separação de Fátima Bernardes e William
Bonner foi vista também como prenúncio do fim do amor nesta década.
"Não me diz que Fátima e
Bonner separaram, porque aí todas as esperanças que existiam de casamento para
mim acabaram.", revela o áudio de uma amiga. "Pronto, é impossível a
pessoa ficar casada muitos anos.", diz outra. "Se Fatima e Bonner
ficaram casados 26 anos, e todo mundo achava que eram perfeitos, mas se
separaram, então o meu caso é fichinha.", brinca uma outra.
E lá se foi a crença em um futuro
com amor. Só falta agora Tarcísio e Glória, casados há mais de cinquenta anos,
se divorciarem para aquela nossa imagem interna de perfeição ruir e ficarmos à
deriva. Haverá sorte para o amor?
Na conta do Twitter, Fátima e
Bonner se pronunciaram igualmente: "Em respeito aos amigos e fãs que
conquistamos nos últimos 26 anos, decidimos comunicar que estamos nos
separando." E complementaram: "Continuamos amigos, admiradores do
trabalho um do outro e pais orgulhosos de três jovens incríveis.". “É tudo
o que temos a declarar sobre o assunto. Agradecemos a compreensão, o carinho e
o respeito de sempre. Wiliam e Fátima.”
Utilizaram o
"continuamos", verbo que comprova a sequência da vida. Motivos silenciados
(não sei sobre a intimidade dos dois), confesso que bate uma tristeza ao ver um
belo casal seguir rumos diferentes. Acabamos nos identificando com esse
"ideal" de relação, mas disse bem, "ideal", e cá para nós deve
estar longe da realidade.
É bem provável que a relação do
casal 20 deva ter sido pauta pela parceria e admiração, como eles próprios
declararam. Afinal, seria difícil manter 26 anos sem estes valores, em especial
para duas pessoas que estão dia a dia na mídia. Algo já teria vazado nesses
anos. Porém, nisso tudo, o saldo se revela muito positivo: "três jovens
incríveis", duas carreiras sólidas e 26 anos de muita experiência. Créditos
que merecem ser celebrados!
Mas o que é duradouro nos dias
atuais? O conceito tem variado bastante. Pessoas se conhecem em um dia e acreditam
que já estão juntos há uma eternidade. Um mês de trabalho pode se equiparar a
anos no currículo da geração Z. Ao mesmo passo, em uma tarde despretensiosa podemos
viver um momento sublime em nossas vidas. Em 24 horas, somos capazes de
realizar aquele trabalho que nos alavanca o futuro. Um dia se revela na verdade
um presente, quando temos tempo para abri-lo no presente.
Nossa busca pela perfeição tem
nos levado a fechar as portas para o fluxo da vida, que é incontrolável e mais
sábio do que nossas certezas. Talvez, parte da tristeza de alguns esteja na
obsessão do "para sempre". Acreditamos que se não é eterno não é
válido, se acabou foi porque não deu certo e o fim de algo anula tudo o que foi
conquistado até ali. Mas não. Precisamos trocar o “não deu certo” pelo “deu
certo até aqui”.
O término de um ciclo (trabalho,
relações, objetos) não significa fracasso. É necessário recontextualizar isso
dentro da gente e ir além da perfeição. É importante dar espaço àquele
sentimento interno que valida cada passo dado e entende que, o que vem, vem
para o nosso aprendizado a cada momento. Mesmo que eu e você não gostemos.
O Bonner e Fátima se separaram?!!! Eu não sabia... É aceitar o fluxo...
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